quinta-feira, 5 de setembro de 2013

AS DIFERENÇAS RADICAIS ENTRE AS POLÍTICAS DE TRANSPORTES DO RIO E DE SP!

            
1. O Rio é uma cidade multipolar onde os bairros têm identidades próprias e seus moradores afirmam suas condições pelo nome do bairro. Isso facilita as políticas que estimulam as atividades econômicas nos próprios bairros, reduzindo os deslocamentos radiais. Por exemplo, o polo industrial de Santa Cruz. Por exemplo, o Rio-Cidade qualificando os corredores comerciais e atraindo investimentos como shoppings (West, Bangu...).
            
2. Mas as políticas descentralizadoras estão sendo –desde 2009- invertidas com um programa de obras públicas que acentuam a centralização. Exemplo: a Transoeste, que reforça a centralidade da Barra da Tijuca induzindo os bairros da Zona Oeste (Guaratiba, Sepetiba, Campo Grande, Paciência, Santa Cruz...) a assumirem-se como bairros-dormitório. Da mesma forma a área portuária, que está sendo induzida a ser um enclave de escritórios exigindo mais deslocamentos radiais. Da mesma forma os projetos da TransBrasil e TransOlímpica, etc.
            
3. Essa política da Prefeitura do Rio vem agravando a mobilidade na cidade, como mostrou recentemente o IPPUR-UFRJ, situando o Rio como a pior área metropolitana entre 15 RMs.
            
4. A Prefeitura de SP, neste momento, está alterando o Plano Diretor de forma a incentivar a descentralização e, com isso, reduzir os deslocamentos radiais.
            
5. (Editorial da Folha de SP, 23) 5.1. Em linhas gerais, os dois grandes objetivos da proposta são promover o adensamento populacional ao longo dos principais eixos de transporte público e aproximar a oferta de emprego dos locais onde as pessoas moram. Para perseguir essas metas --em torno das quais parece formar-se um consenso--, o texto estipula parâmetros, restrições e incentivos. Com vistas a concentrar residências nas áreas próximas a corredores de ônibus, linhas férreas e estações de metrô.
            
5.2. Quanto à aproximação entre trabalho e habitação, trata-se de diretriz contemplada pelo plano anterior, mas ainda longe de se tonar realidade. As assimetrias são evidentes. Na zona leste, há uma relação de 19 vagas de emprego por grupo de 100 habitantes; no centro, a proporção é de 226 para 100.  Tal desequilíbrio traduz-se em problemáticos deslocamentos diários de milhões de pessoas. A fórmula para resolver a questão é óbvia: mais moradias no centro e mais emprego na zona leste.

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