UMA HISTÓRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Reconhecida pelo Prêmio Acolher, a Consultora Natura Eufrasia Agizzio há 5 anos fundou a AMAI-SBO, que atende crianças com autismo em Santa Bárbara do Oeste - SP.
Tenho um filho autista, e as dificuldades que passei com ele me motivaram a participar do grupo fundador da Associação de Monitoramento dos Autistas Incluídos em Santa Barbara D’Oeste (AMAI-SBO). Senti necessidade de dividir com outros pais os relatos do nosso dia a dia, as dificuldades sobre diagnóstico, medicação, alimentação, inclusão, identificação de profissionais especializados e a divulgação de uma ação civil pública cobrando do Estado o tratamento devido aos autistas. Foi dessa forma que tudo começou, em 2011. E desde julho de 2013 integro o Conselho Nacional de Assistência Social, indicada pela Associação Brasileira de Autismo (ABRA)", conta Eufrasia Agizzio uma das fundadoras da AMAI-SBO.
A AMAI-SBO trabalha para identificar o número de pessoas acometidas com a síndrome de autismo no município de Santa Bárbara d’Oeste, para em seguida lutar pelo diagnóstico precoce, atendimento especializado, inclusão das pessoas com TEA (Transtorno do Espector do Autismo) em escolas regulares, tratamento multidisciplinar e recebimento de medicação gratuita, além do acompanhamento psiquiátrico, psicológico, fonoaudiológico, terapeuta ocupacional e da pedagogia. É possível: autismo é tratável.
CONQUISTAS E DESAFIOS DA AMAI-SBO
Hoje, nossa associação atende 20 crianças. Por meio de uma doação em dinheiro foi possível a compra da sede própria da AMAI, – uma casa de quatro quartos – que passará por uma reforma, em breve, para a construção de dois banheiros adaptados e uma sala de estímulo sensorial.
- Somos reconhecidos como associação de utilidade pública municipal, estadual e federal, encaminhamos a documentação para CEBAS ( Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social ).
- Fomos reconhecidos pelo Programa Acolher em 2013, com o prêmio de 5 mil reais. Com este dinheiro, compramos quatro iPads para serem usados na AMAI-SBO.
- Hoje trabalhamos com uma assistente social, uma pedagoga, uma terapeuta ocupacional psicóloga e fonoaudiologa , que são pagas, em parte, com o dinheiro de um convênio com a prefeitura e duas empresas privadas . Para completar nossa renda, vendemos pizzas, arrecadamos Nota Fiscal Paulista, cobramos taxas de inscrição dos participantes da Corrida e Caminhada pela Inclusão – que promovemos uma vez por ano – e recebemos algumas doações. Nossa diretoria é toda voluntária.
- O atendimento às crianças é individual e se dá duas vezes por semana, por 40 minutos cada terapia –. O ideal é que as crianças pudessem ir à associação três vezes por semana, mas não temos como aumentar a equipe de profissionais por falta de recursos.
- Nossa maior dificuldade é ampliar a equipe e consequentemente diminuir a fila de espera.
Como identificar os primeiros sinais do TEA (Transtorno do Espectro Autista)
Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) são transtornos do desenvolvimento que incluem o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação.
Sendo diagnosticada nos primeiros anos de vida, a síndrome pode ser tratada com mais eficácia. Descubra como reconhcer os primeiros sinais de TEA.
IDADE |
INTERAÇÃO SOCIAL
|
LINGUAGEM
|
BRINCADEIRAS
|
De 0 a 6 meses
|
_Crianças com TEA não buscam com o olhar pelo seu cuidador
_Prestam mais atenção à objetos do que pessoas
| _Ignoram ou não reconhecem a fala humana dos que o cuidam
_Tendem ao silêncio ou gritos aleatórios
_Choro indistinto não é distinguível se é fome ou birra. Choro duradouro sem ligação aparente com eventos ou pessoas
|
_Não exploram objetos e suas formas (sacudir, atirar, bater)
|
De 6 a 12 meses
|
_Nesta fase as crianças fazem gestos para pedir colo ou imitando os adultos, crianças com TEA tem dificuldades em reproduzir o comportamento
|
_ Não respondem pelo nome, só reagem após insistência ou toque
_Não manifestam expressões faciais com significado
_Nesta fase é de se esperar que as crianças ajam como se conversassem respondendo com gritinhos e balbucios, crianças com TEA não agem desta maneira
_Não repetem gestos manuais ou corporais quando solicitados (mandar beijinho) mas podem começar a repetí-los aleatoriamente fora do de contexto
|
_Precisam de muita insistência dos adultos para se engajar em brincadeiras
|
De 12 a 18 meses
|
_Não apontam para objetos, não mostram quais objetos despertam sua curiosidade
|
_Dificuldade em compreender novas situações fora do cotidiano
_Apresentam menos variações das expressões faciais ao se comunicar. Exprimem alegria, raiva ou frustração, mas não surpresa ou vergonha
|
_O jogo de faz-de-conta surge por volta dos 15 meses, em geral isso não ocorre no TEA
_Exploram menos objetos que outras crianças e tendem a fixar-se em uma ação repetitiva do que explorar as funções dos objetos. Não empurram o carrinho, mas ficam girando uma das rodinhas
|
De 18 a 24 meses
|
Não seguem o olhar do outro ou o apontar para um objeto. Podem olhar para o dedo que aponta, mas não fazem a conexão de algo sendo mostrado por alguem
_Não se interessam em pegar objetos oferecidos por pessoas familiares
|
_Gesticulam menos que outras crianças ou utilizam os gestos aleatoriamente. Podem também não ter aprendido a dizer sim e não com gestos de cabeça
_A Linguagem não desenvolve, não exploram a fala e tendem a repetir o que escutam. Fala repetitiva e sem autonomia
|
_Não imitam ações dos adultos, não se interessam em brincar de casinha ou representar papéis
_Nâo brincam com o que o objeto representa, e podem se interessar mais em um aspecto do objeto como girar a rodinha
|
De 24 a 36 meses
|
_Gestos e comentários em respostas aos adultos tendem a ser isolados. Raras iniciativas em apontar, mostrar ou dar objetos
|
_A fala tende a ser a repetição da fala de outra pessoa
_Desinteresse em narrativas do cotidiano e diálogo com pais
_Não fazem distinção de gênero, número e tempo verbal da fala. Tendem a repetir aleatoriamente, não em diálogo com o adulto
|
_Tendem a se afastar das outras crianças ou limitar-se a observá-las a distância
_Quando aceitam brincar com outras crianças tem dificuldade em entendê-las
|
Fonte: AMAI-SBO Associação de Monitoramente dos Autistas Incluídos em Santa Bárbara d´Oeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário