Metade das crianças do mundo sofreu violência física ou sexual em 2015
Dado é de representante da ONU e equivale a mais de 1 bilhão de meninos e meninas.
RIO — Mais de um bilhão de meninos e meninas, o que representa metade de todas as crianças do mundo, sofreram alguma agressão física, psicológica ou sexual ao longo de 2015, afirma a representante especial do secretário-geral da ONU sobre Violência contra Crianças, Marta Santos Pais.
A especialista ressalta que, embora o assunto seja mais discutido hoje do que há dez anos, o cenário atual não melhorou na última década. Em 2006, as Nações Unidas divulgaram um estudo global sobre esse tema, alertando sobre o alto número de crianças violentadas. De acordo com Marta, a situação em 2015 foi tão lamentável quanto há dez anos.
Em entrevista ao Centro de Notícias da ONU, ela contou que, no ano passado, mais de 1 bilhão de crianças entre 2 e 17 anos sofreram algum abuso e que as taxas de homicídio afetam os pequenos de forma "arrasadora", já que eles representam 8% das vítimas globais.
Outro assunto abordado pela representante foi o tráfico humano. Em algumas regiões, mais de 60% das vítimas são crianças. Segundo ela, existe um número maior de crianças sendo traficadas como consequência das novas tecnologias, por isso, Marta alerta sobre os riscos de predadores sexuais e do cyberbullying.
Ela destaca que o total de imagens on-line depreciando crianças cresce de forma dramática: na última década, o total de fotos na internet de abuso sexual de menores aumentou mais de 1.500%. Mais de 80% das imagens são de crianças com menos de 10 anos e várias de crianças de apenas 2 anos.
A representante da ONU Marta Santos Pais fala em assembleia das Nações Unidas - Divulgação/ONU
A representante da ONU pondera que a internet fornece oportunidade para as crianças aprenderem sobre seus direitos, mas considera fundamental ensiná-las sobre o risco de se tornarem vítimas de violência, de abuso sexual ou de humilhação.
Segundo Marta Santos Pais, mais de 50 países têm leis que proíbem a violência contra menores, mas para a especialista, isso não é suficiente, já que menos de 10% das crianças do mundo são protegidas por lei.
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