Locomoção no Rio ainda é desafio para pessoas com deficiência
Com o fim da Olimpíada, as atenções se voltam para os Jogos Paralímpicos que
começam no dia 7 de setembro.
A reportagem ouviu cariocas e turistas para saber se a cidade do Rio de Janeiro
está pronta para receber pessoas com deficiência.A reclamação mais recorrente
é de que as calçadas são os principais obstáculos. Especialmente aquelas que
têm pedras portuguesas.
Por causa delas, o músico Octávio Soares, que é cadeirante, não conseguiu nem
mesmo conceder entrevista por telefone.
O auxiliar administrativo Lucas Pelatti tem mobilidade reduzida e usa moletas.
Ele mora em São Paulo e veio ao Rio passear.
Para Lucas, as calçadas também são um problema, mas difícil mesmo é se
acostumar a embarcar nos ônibus. Isso porque muitos ônibus em circulação no
Rio só têm porta na frente, com a roleta bem próxima.
A arqueóloga Suzana Bulcão tem uma lesão no joelho e usa um apoio para andar.
Suzana é carioca e aprovou as obras de revitalização do centro da cidade, como a
construção do Boulevard Olímpico, mas destacou que caminhar pelas vias do
Centro Histórico, como a Rua da Quitanda, ainda é um desafio.
A professora Raquel Reis tem deficiência visual, mora em Niterói e vem ao Rio
trabalhar. Ela avalia que a sede dos Jogos Paralímpicos não tem estrutura
para receber adequadamente o público com deficiência visual.
Em nota, a Secretaria Municipal de Conservação do Rio (Seconserva), informou
que a responsabilidade pelas calçadas na cidade é compartilhada. Em frente
a imóveis particulares é o proprietário quem precisa manter a calçada em ordem.
Já nos locais públicos, como praias, praças e prédios de propriedade municipal,
a responsabilidade é da prefeitura.
A Seconserva disse que fiscaliza calçadas em todas as regiões da cidade e,
quando necessário, as obras de reparo costumam durar entre 30 e 60 dias.
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