As consequências da crise atual do Brasil vão muito além dos recordes negativos da economia. O desemprego, que hoje já atinge quase 13 milhões de brasileiros, representa um número proporcional de famílias inteiras que não sabem como irão sobreviver até o fim do mês; os endividados, mais de 58 milhões, são pessoas que viram o milagre do crédito se transformar no pesadelo da inadimplência; a inflação ainda alta continuou a corroer o pouco que sobra de cada orçamento. O resultado dessa soma é uma população a cada dia mais doente. A falta de boas perspectivas adoece mente e corpo.
O estresse, ansiedade e a tristeza presentes no cotidiano de pessoas abaladas pela crise econômica podem evoluir para quadros mais graves, como depressão, ataque do pânico e, em último caso, suicídio. A tristeza profunda da população pode ser percebida através da venda de medicamentos. Os indícios de que a tristeza pode ter alcançado um nível mais alto são pessimismo, irritabilidade, cansaço e baixa autoestima. O estresse da rotina instável pode ser o pontapé para a depressão.
Há, ainda, outro grupo de doenças que são especialmente afetadas pelo cenário atual: a dependência química. “A junção da crise financeira com a dependência química é uma combinação perigosa". A demanda por tratamento de dependentes do álcool fica bem acima dos indicadores nacionais. “A crise econômica é um fator agravante também no alcoolismo.
Durante a baixa da economia, os motivos subjetivos e individuais para o abatimento e a fragilidade são reforçados por um cenário mais palpável e generalizado, o que acaba piorando o quadro de saúde dos brasileiros.
Fonte: Jconline - UOL
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