Quais os efeitos da adoção do distritão
Modelo de escolha de vereadores e deputados estaduais e federais que ganha força no Congresso é simples de ser compreendido, mas desperta uma série de críticas
O Congresso debate uma reforma política para alterar regras das eleições de 2018. As mudanças precisariam ser aprovadas pelos plenários da Câmara e do Senado até 7 de outubro para valerem nas disputas do próximo ano. Entre as propostas com chances de serem definitivamente aprovadas está a troca da maneira como o brasileiro escolhe seus vereadores, deputados estaduais e deputados federais.
COMO É HOJE: O Brasil adota o sistema proporcional com lista aberta. O eleitor vota no candidato ou só no partido, chamado voto de legenda. O número de cadeiras conquistadas por um partido ou coligação vem da soma desses votos. A ocupação das cadeiras se dá por ordem dos mais votados dentro de cada partido ou coligação.
COMO PODE FICAR: Deputados querem instituir um sistema chamado de distritão. O mecanismo é simples: no caso de deputados federais, são eleitos os mais votados em cada estado da federação, levando em conta quantas cadeiras cada um desses estados tem direito. Para deputados estaduais e vereadores, é feita uma divisão por região.
Na prática, o modelo enfraquece os partidos e dá peso ao candidato. Dessa forma, acaba favorecendo nomes conhecidos, além daqueles com mais dinheiro e estrutura para expor sua imagem durante a campanha eleitoral. Por entenderem que o modelo favorece quem já está no cargo, com estrutura política montada e projeção no estado de origem, muitos deputados veem no distritão uma forma de assegurar a própria reeleição. Para parte deles, a vitória também garantirá o foro privilegiado em meio às investigações de corrupção da Lava Jato.
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