Como funcionam os robôs que 'discutem' política nas redes sociais
Seu uso está em todo o espectro político, diz estudo da FGV que alerta para sua influência no debate geral.
Milhares de conversas e discussões são travadas em redes sociais diariamente por causa de posições políticas ou de convicções ideológicas. A maior parte dos que participam desses diálogos provavelmente não sabe, no entanto, que uma parte considerável dessas interações se dá entre seres humanos e robôs, ou “bots”, como também são comumente chamados hoje.
Partindo da realidade de que as redes sociais e a internet se tornaram plataformas de discussão e informação políticas essenciais para a sociedade atual, o estudo alerta para uma realidade em que os robôs têm conseguido influenciar opiniões pessoais e o debate como um todo.
"O surgimento de contas automatizadas permitiu que estratégias de manipulação, disseminação de boatos e difamação, comumente usadas em disputas políticas, ganhassem uma dimensão ainda maior nas redes sociais”, conclui o estudo da FGV.
Quem usa os robôs? “Todo o espectro partidário” se vale de robôs para propagar mensagens ou responder a usuários reais do Twitter, diz o estudo da FGV. O conteúdo que publicam ou compartilham inclui notícias falsas, ataques a políticos adversários e posts favoráveis ao nome que apoiam. Seus objetivos incluem o arrebanhamento de seguidores, a difamação de oponentes e a criação de discussões artificiais.
Há diversas maneiras de distinguir perfis-robôs no Facebook e no Twitter. Muitos têm em comum determinadas características, como por exemplo, a ausência de fotos de perfil de usuário ou pessoais. O número de postagens costuma ser reduzido. Contas falsas também costumam ter como amigos ou serem seguidos por perfis do mesmo tipo. Com o tempo, entretanto, esse conjunto pode se tornar misto, contendo perfis de pessoas reais, uma vez que, de acordo com o estudo da FGV, “usuários humanos são pouco criteriosos com relação a interações e amizades com contas desconhecidas, em especial no Twitter”. Outro fator que pode denunciar um perfil falso, diz a FGV, é que suas atividades em geral são menos complexas e variadas do que seres humanos. O levantamento também aponta como indícios “características de conteúdo e linguagem” e o número de amigos (“as pessoas reais possuem, em média, entre 100 e 1000 seguidores”).
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