quarta-feira, 20 de setembro de 2017

QUANTO OS BRASILEIROS JÁ PERDERAM COM A CRISE ECONÔMICA?

PIB encolheu e população aumentou nos últimos anos. Combinação significa um retrocesso ainda maior no cálculo per capita.

No segundo trimestre de 2014 o Brasil entrou em uma das mais profundas e duradouras crises econômicas de sua história. O processo de desaceleração da economia iniciado ali resultou em 6,5 milhões de desempregados a mais, seguidas quedas tanto no consumo das famílias quanto na produção das indústrias e nas vendas do comércio. Uma crise econômica que resultou em um grave problema social. O PIB (Produto Interno Bruto) era, no último trimestre de 2016, 8,6% menor do que no início de 2014. Isso significa que o país produziu, transformou, vendeu e consumiu menos do que fazia dois anos antes. 

Esse processo de queda teve uma reversão no primeiro semestre de 2017, quando o PIB cresceu por dois trimestres seguidos. A recuperação conseguida até agora, no entanto, é quase insignificante se comparada a quanto o país perdeu durante os onze trimestres anteriores. Mas a análise apenas desses números esconde um diagnóstico ainda pior. O Brasil produziu menos e tudo isso passou a ser dividido por uma população maior. Durante esse período a população do país aumentou e sobrou ainda menos para cada brasileiro. 

O cálculo per capita - No primeiro trimestre de 2014, o Brasil tinha 201 milhões de habitantes. No segundo trimestre de 2017, período do PIB mais recente, esse número tinha saltado para 206 milhões. Ou seja, são mais de cinco milhões de brasileiros a mais para dividir uma economia significativamente menor. Corrigindo os números pela inflação do período - que não foi baixa - o PIB per capita de 2014 equivaleria atualmente a aproximadamente R$ 34,7 mil por ano. Em 2016, esse número fechou o ano em R$ 31,4 mil. Ou seja, cada brasileiro perdeu, em média, R$ 3.300 por ano, R$ 275 por mês. Entendendo a queda, o 2º trimestre de 2014 marca o início da crise brasileira. 

A recessão - Em 2014, o Brasil praticamente não cresceu. Em 2015, encolheu 3,8%. Em 2016, encolheu 3,6% em cima do encolhimento anterior. A economia encolheu e a população cresceu. A fatia de cada um vai ser cerca de 10% menor. Retrocesso de 7 anos. A crise econômica que começou em 2014 interrompeu um ciclo de crescimento do PIB per capita. Nos anos que antecederam a recessão, a economia cresceu, em média, mais do que a população. Isso puxou o PIB per capita. No entanto, os resultados dos últimos 3 anos e meio fizeram o índice despencar. Mesmo levando em conta a recuperação do primeiro semestre de 2017, o país voltou a nível parecido com o do último trimestre de 2009 - mais de sete anos atrás.

O impacto da crise - recentes resultados positivos do PIB fizeram economistas melhorarem as projeções para 2017 e 2018. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o próprio governo pensa em melhorar as previsões de crescimento, que atualmente estão em 0,5% este ano e 2% no próximo. Depois da divulgação do PIB do segundo trimestre, no início de setembro, o mercado financeiro elevou as projeções para 0,6% e 2,1%. Mesmo que haja um crescimento mais importante em 2018, perto de 3%, o país ainda estará a cinco anos de recuperar o PIB per capita que tinha antes da crise.

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