Na trajetória do desemprego, o
que esperar do futuro?
Puxado por vagas de baixa qualidade, mercado de trabalho melhora pelo quarto mês consecutivo. Empregos piores são uma ‘etapa’ na retomada.
O desemprego no Brasil caiu no trimestre entre maio e julho de 2017. O resultado, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã de quinta-feira (31), é a quarta queda consecutiva desde que o índice de desocupados atingiu seu ápice, entre janeiro e março. A PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) mostrou que o desemprego no Brasil estava em 12,8% até julho. Isso significa que o país tem 13,3 milhões de pessoas procurando emprego sem encontrar. Nos primeiros meses do ano esse número chegou a ser de 14,2 milhões. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o resultado é negativo. O desemprego de 12,8% é 1,2 ponto percentual maior do que entre maio e junho de 2016. Isso significa mais de um milhão de desempregados a mais.
Crise gera desemprego, que gera crise. Os problemas do desemprego no Brasil começaram em 2015. O país já vinha em um quadro de recessão no ano anterior, mas o mercado de trabalho demorou a sentir os efeitos. Em pouco mais de dois anos, os desocupados passaram de 6,5% para 13,7%, mais que o dobro. O recuo recente do desemprego é positivo, mas ainda muito pequeno perto da piora que o mercado de trabalho teve em 2015 e 2016.
Em uma economia com um histórico de mercado de trabalho tão regulado quanto a nossa, era natural que após uma crise longa e duradoura a recuperação se desse mais pelo emprego informal. Tanto sem carteira quanto por conta própria.
Agora parte da recuperação é via informalidade, onde os custos são mais baixos. Os empresários ainda estão evitando um processo de contratação formal que é custoso. Esse tipo de contratação só vai vir quando o ritmo de recuperação for mais forte e mais consolidado. Até agora, é uma recuperação bastante modesta, o que gera dúvidas nos grandes empregadores, se é hora de voltar a contratar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário