Emprego com carteira assinada parou de cair e o rendimento médio real ficou estável
RIO - Historicamente o início do ano é um período em que há aumento do desemprego por causa da dispensa dos trabalhadores temporários. Este ano, no entanto, a taxa ficou estável, sinalizando uma melhora do mercado de trabalho, ainda que seja apoiada em empregos informais, desprovidos de proteção social.
No trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desemprego ficou em 12,2%, índice igual ao registrado nos três meses encerrados em outubro do ano passado, que servem como base de comparação. Caiu em relação ao ano anterior, quando estava em 12,6%. Há ainda, 12,7 milhões de pessoas desempregadas. No entanto, esse grupo também parou de crescer, tanto em relação ao trimestre anterior quanto na comparação com um ano antes. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta quarta-feira, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Mensal (Pnad).
Se não fosse a sazonalidade de janeiro, quando historicamente há dispensas de temporários, a taxa continuaria caindo. A taxa do trimestre encerrado em janeiro, ao ficar estável em relação ao trimestre anterior, quando geralmente a tendência é aumentar, mostra que houve dispensas, provavelmente de temporários, mas também houve contratações - explicou Cimar Azeredo, gerente de Trabalho e Rendimento do IBGE, em referência as últimas quedas da taxa, que passaram de 13,6% no trimestre encerrado em abril para 12,8% no trimestre encerrado em julho e depois para 12,2% nos três meses que encerraram em outubro.
O grupo de desocupados ficou estável em relação ao trimestre comparável anterior (12,7 milhões) e também em relação ao mesmo período do ano passado, quando 12,9 milhões de pessoas estavam sem emprego. A população ocupada foi estimada em 91,7 milhões e ficou estável em relação ao trimestre encerrado em outubro do ano passado. Em relação a um ano antes, houve crescimento desse grupo, de 2,1% ou mais 1,8 milhões de pessoas.
O número de empregados com carteira de trabalho, 33 milhões, também ficou estável em relação ao trimestre anterior. No entanto, em relação a um ano antes esse grupo encolheu em 1,7% ou menos 562 mil trabalhadores. O grupo dos sem carteira também ficou estável na comparação com o trimestre anterior, em 11 milhões, mas cresceu na comparação com um ano antes, 5,6% ou mais 581 mil pessoas.
Com relação à qualidade do emprego, Azeredo ponderou, no entanto, que ele continua de baixa qualidade, pois entre as posições na ocupação, o trabalho com carteira continuou caindo e os informais subindo em relação ao ano anterior, como os sem carteira, os domésticos e os conta-própria.
- Você não teve motivos para comemorar em relação ao emprego com carteira, pois não estamos gerando postos com carteira, apenas perdendo menos do que antes - complementou Azeredo.
RENDIMENTO
O rendimento médio real habitual foi estimado em R$ 2.169 - estável em relação ao valor apurado no trimestre anterior (R$ 2.149) e também em relação ao ano anterior (R$ 2.135). A massa de rendimento real habitual, estimada em 193,8 bilhões, que é a soma de todos os rendimentos do trabalho recebidos pela população empregada, também ficou estável quando comparada ao trimestre encerrado em outubro do ano passado. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 3,6%.
Apesar da queda contínua da taxa ao longo do ano passado, o Brasil encerrou 2017 com 12,3 milhões de trabalhadores em busca de trabalho e a taxa média de desemprego foi de 12,7%, a mais alta desde 2012, início da série de medições do IBGE. Em relação a 2014, quando a taxa média de desocupação atingiu o menor patamar da série da pesquisa, 6,8%, a diferença foi de 5,9 pontos percentuais.
FONTE: O GLOBO
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