sexta-feira, 3 de junho de 2016

APARÊNCIA & COMPETÊNCIA

O que a aparência tem a ver com competência?



Nada. Absolutamente nada. 
Mesmo assim, em 2016, ainda nos deparamos por aí com descrições de "habilidades" requeridas por um recrutador como a que eu li, ontem:
Para que a profissional tenha um bom desempenho como XXX é essencial que tenha conhecimento de assuntos gerais, saiba administrar bem o tempo, tenha boa comunicação, memória e aparência e bom humor.
Está lá, escondidinho, quase em último lugar: APARÊNCIA. Desde quando ter boa aparência é um requisito para que a profissional tenha um bom desempenho em qualquer outra função além da de modelo? Só para deixar claro, o cargo em questão não é para uma modelo mas para a área administrativa. Por que, então, ter uma boa aparência é considerado fundamental para que a profissional tenha um bom desempenho?
Já conversei com headhunters, diretores de RH e executivos sobre isso. Normalmente, o que se ouve é que uma aparência desleixada dá a impressão de que o trabalho seguirá o mesmo caminho: do desleixo, apesar de nada comprovar isso. Também já li dezenas de estudos relacionando, de alguma forma, a beleza ao sucesso no mercado de trabalho. Segundo um estudo de Harvard, homens de sucesso são, em média 3 centímetros mais altos que outros homens e mulheres magras ganham em média 9% a mais que mulheres mais gordinhas. O que isso tudo quer dizer? Mais uma vez: absolutamente nada. (Ou talvez que ainda haja muito preconceito durante as contratações e promoções).
A única conclusão que consegui tirar de tudo isso é que é um absurdo especificar que "boa aparência" é essencial para desempenhar bem qualquer trabalho. E que em 2016 isso já deveria estar claro para todo mundo. Uma pena que ainda não está.  

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