O que você precisa saber sobre o futuro da internet
O Internet Trends, relatório anual elaborado por Mary Meeker, foi apresentado nesta semana durante o Code Conference, evento da Vox Media. O estudo, que apresenta as tendências do mercado de tecnologia, é um dos mais aguardados pelos executivos do Vale do Silício.
Mary lançou seu primeiro relatório Internet Trends em 1995, como analista do Morgan Stanley. Depois de ajudar a identificar oportunidades em mercados asiáticos, Mary se juntou à empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers, onde esteve envolvida em negócios com empresas como SoundCloud, Twitter e Spotify.
Abaixo, alguns dos principais pontos apresentados no relatório 2016.
Expansão mais difícil da internet
Hoje, 3 bilhões das 7 bilhões de pessoas no mundo estão conectadas. De acordo com Mary, é mais difícil conseguir novos usuários em todo o mundo, uma vez que grande parte dos habitantes de países desenvolvidos está na internet.
Nos países em desenvolvimento, a maneira mais rápida de ter acesso são os smartphones. Como o preço dos aparelhos é muito alto em relação à renda das pessoas nesses locais, o crescimento da internet tende a ser mais demorado a partir de agora.
O crescimento do número de usuários de smartphones também está desacelerando em todo o mundo.
Vídeo como ferramenta de vendas
As vendas pela internet nos Estados Unidos aumentaram de menos de 2% para 10% em 15 anos. Hoje, o tempo médio que um varejista demora para chegar a marca de US$ 100 milhões em vendas online é menor. A Nike demorou 14 anos para chegar a esse número, enquanto a Under Armour levou 8 anos para conseguir esse volume de vendas.
Os vídeos são as novas ferramentas de venda online:
- No Facebook, uma mulher bateu o recorde de audiência de vídeo ao vivo da plataforma ao gargalhar com máscara do Chewbacca. Ela mencionou duas vezes a rede varejista Kohl’s durante o vídeo e, no mesmo dia, o aplicativo da loja foi para o topo da lista de downloads na Apple Store.
- No Snapchat, os usuários interagem com a publicidade. O tempo médio que os usuários passam com filtros patrocinados, um formato publicitário da plataforma, é de 20 segundos.
Grande aposta na busca por voz
A Amazon vendeu até o momento 4,4 milhões de Echo, caixa com microfone que serve de interface para a assistente virtual Alexa. A empresa, que possui mais de 54 milhões de membros no programa Prime, de acordo com a Consumer Intelligence Research Partners, ainda tem um grande potencial de venda para o seu produto.
Mary acredita que o sucesso do produto acontece porque utilizar o microfone para fazer compras é três vezes mais rápido do que navegar em aplicativos móveis. E a empresa tem um enorme potencial de combinar big data com a recomendação de novos produtos, uma tendência que deve guiar os casos de sucesso do varejo para os próximos anos.
Os varejistas físicos também podem aproveitar a busca por voz: cerca de 90% de todas as compras acontecem numa loja e as buscas por voz facilitam a procura imediata e local, como procurar um restaurante no bairro ou um prestador de serviços. Essa tendência é conhecida como micromomentos.
Publicidade móvel bloqueada
O relatório afirma que a publicidade na internet é dominada pelo Google e Facebook. Cerca de 76% da publicidade online feita nos Estados Unidos é compartilhada pelas duas empresas.
A publicidade móvel cresceu 66% no último ano, mas, de acordo com Mary, os usuários estão gastando muito mais tempo em dispositivos móveis do que os anunciantes estão investindo em publicidade para alcançar o seu público nesses locais. Só neste ano, anunciantes perderam US$ 22 bilhões em oportunidades de venda para o público móvel.
Outro grande desafio enfrentado na publicidade é o crescimento de softwares bloqueadores de anúncios. Hoje, cerca de 420 milhões de usuários de dispositivos móveis utilizam bloqueadores. Isso se tornou uma barreira para a publicidade, que precisa pensar em novos formatos para atender os anunciantes.
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