domingo, 22 de abril de 2018

FALANDO EM DIVERSIDADE



Muito tem se falado de diversidade, mas em geral somos bem pouco diversos em discussões abertas como em grandes eventos. Quanto mais alto o cargo das pessoas da plateia, menos se discute temas polêmicos. Apenas seguimos falando com as mesmas pessoas de sempre sobre os mesmos assuntos de sempre, que em geral são pautados em experiências pessoais de mulheres que chegaram lá e ponto. 

Mas as discussões sobre diversidade excluem um montão de pautas e realidades distintas desse Brasilzão.

É difícil falar de diversidade e lembrar que cada um de nós tem um lugar de fala e que não podemos generalizar. Além disso, precisamos lembrar que existe um motivo pelo qual temos dois ouvidos e uma boca. Precisamos escutar de maneira ativa para conseguir falar de diversidade. Se você anda e fala sempre com as mesmas pessoas, qual o aprendizado? Ele até existe, mas acredite em mim, ele é muito maior quando você se deixa vulnerável e escuta os outros. 

Pautas “polêmicas”

Política e Cotas. Dois assuntos muito relevantes, mas que a gente deixa de lado por desconhecimento, preconceito ou medo de conflito. Existe uma força coletiva que temos enquanto pressão política e o poder do nosso voto. Votar é um ato de diversidade, precisamos votar de maneira consciente e parar de aceitar candidatas laranjas e só dar relevância para pautas que também integrem a questão da diversidade. Precisamos olhar para a representatividade, só com avanços nessa questão vamos conseguir políticas públicas relevantes e assertivas.

Diversidade de raça, geração, orientação sexual e decisão de vida

Existe a necessidade de interseccionalidade. Conceito novo para algumas pessoas que em geral não aparece em discussões corporativas de diversidade, afinal interseccionalidade (ou teoria interseccional) é o estudo da sobreposição ou intersecção de identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação. A diversidade e necessidades de uma menina branca de classe média é diferente das necessidade de uma menina indígena por exemplo. Já usamos o termo há muito tempo e atrelado a discussões políticas e filosóficas de feminismo. 

Mudar dói

Mudar o status quo sempre vai ser complicado, vai exigir esforço, estudo e desconstrução. O que nos faz repensar sobre a relevância e a urgência da mudança que vai ter que acontecer. Temos uma rede tão poderosa que parte da luta é apenas fazer parte dela, ainda que seja só com empatia mútua.

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