segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O QUE É VERDADEIRAMENTE IMORAL É DESISTIR DE SI MESMO


“O que é verdadeiramente imoral é desistir de si mesmo”, com essas palavras Clarice Lispector pode nos lembrar que temos nossa missão pessoal na vida. Que não viemos a este mundo a passeio, como diria minha avó. Nada na vida acontece por acaso. Existe motivo para passarmos pelos caminhos que a vida traz. As experiências de nossa história formam nosso padrão de pensamento a respeito de nós mesmos. Se observarmos nossas atitudes e resultados, veremos que são coerentes com o que estamos pensando. Ou seja, nossas preocupações, tristezas, alegrias, medos, raivas, nos conduzem a um padrão de comportamento que nos leva a uma forma de agir. E essa forma de agir desenha a imagem que temos de nós mesmos. O que temos que ter consciência é que não somos aquela imagem. Somos um universo de possibilidades. Como na ilustração do texto, à primeira vista, vemos uma forma, mas, à medida que observamos cada ponto, vemos que existe um encantamento, uma surpresa, um jeito novo de olhar, que muda a imagem. Também somos assim. Nossa autoimagem pode ser expandida, a cada vez que tentamos uma atitude nova, uma forma nova de enxergar a vida. A autoimagem não é nada. Ela se dissipa quando investigamos com mais carinho sobre nós mesmos, e escolhemos quão mais amplo podemos ser. Carl Jung dizia que não mudamos nada, nem ninguém. Que nós mudamos de nível. Ou seja, agregamos informações/emoções ao nosso padrão de pensamento, que, por sua vez, alteram nossa autoimagem, ampliam nossa consciência e nos dá nova capacidade de agir de forma mais expandida. Vimos, com isso, como a vida é dinâmica e como somos flexíveis para adaptarmos a ela. Para ampliar e conhecer nossa missão na vida, temos que exercitar a cada instante, flexibilizando sempre. Como acreditamos que não se deve mexer em time que já está ganhando, podemos partir do ponto de dor/queixa/sofrimento para investigar porque aquilo que estamos vivendo está incomodando. Após, olhar mais detalhadamente para o resultado e refletir sobre como podemos ampliar, mudar o olhar, mudar de nível e descobrir de que forma o contexto está contribuindo para ser o que verdadeiramente somos, onde estão os desejos da própria alma, do qual não podemos desistir. Os desejos da alma não são os desejos da emoção do momento vivido. São profundo, merecem análise pessoal e amorosa. Afinal, como disse Eduardo Galeano, “somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos”.

Ana Cristina Curi,

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