domingo, 9 de outubro de 2016

SUIPA PEDE AJUDA

Com dívidas e contas em atraso, Suipa pede socorro após morte de diretora



ONG faz o atendimento e dá alimentação a de mais de cinco mil animais

Pessoas procurando atendimento, algumas esperando serem chamadas, um local precisando de obras e de ajuda. Parece o cenário de muitos hospitais da cidade, mas é a realidade da Suipa, instalada no Jacarezinho. Vivendo uma crise que se aprofundou com o falecimento, em agosto, de sua antiga presidente, Isabel Nascimento — que atuou diariamente na entidade durante 27 anos —, a ONG de proteção animal passou por um sufoco nos últimos dois meses.

Com uma dívida que já beira os R$ 20 milhões em impostos com o governo federal, a Suipa viu seu acesso às contas do banco serem bloqueadas. Além disso, dois carros que serviam de ambulância e de resgate dos animais foram roubados. Um deles, inclusive, com ração dentro. Sem dinheiro para a comida dos bichos, a ONG recorreu às redes sociais e, com uma intensa mobilização, arrecadou 60 toneladas.

Segundo a Suipa, o imbróglio bancário já foi resolvido, mas os problemas financeiros e estruturais da unidade permanecem. Os recursos, cerca de R$ 700 mil por mês, são provenientes dos seis mil associados e dos serviços do ambulatório. Pouco para quem precisa de pelo menos R$ 1 milhão para fechar no azul.

Todo mês é necessário comprar uma tonelada e meia de ração para os cinco mil animais, em sua maioria cães e gatos. Algo que custa em torno de R$ 7 mil mensais. Além disso, há 150 funcionários que trabalham diariamente no local e que estão com os salários atrasados.

— Estamos sempre precisando de ajuda, especialmente de novos associados, já que não temos suporte financeiro do governo. Chamamos o nosso ambulatório de SUS Veterinário, pois tudo é a preço popular e às vezes nem paga o custo do procedimento — afirma Rachel Rocha, supervisora veterinária da Suipa.

Segundo Raquel, a crise econômica do país refletiu na baixa de afiliados, causando perda de receita. Na última semana, em reunião com membros da Suipa, o secretário Vinicius Cordeiro, da Secretaria municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Sepda), acertou o fornecimento de medicamentos, material de limpeza e itens descartáveis.

Precisando de reformas em toda a sua estrutura, a Suipa também depende de mais e novos recursos para começar as obras. Sem espaço físico suficiente para comportar os animais que hoje vivem lá, a entidade tem um terreno ao lado do atual, onde poderia fazer novos canis e gatis, para dar mais qualidade de vida para os bichanos.

— Nós realizamos um trabalho que a prefeitura não faz. Muitas pessoas trazem os animais para cá, por isso estamos enchendo e gastando cada vez mais — desabafa Raquel.

No dia a dia, os serviços mais solicitados por quem procura a Suipa são os de castração e de consultas de rotina. Os preços populares atraem uma média de cem a 150 pessoas por dia. Com menos funcionários do que o necessário, a ONG também sofre com a falta de recursos para contratar pessoal para enfermagem, limpeza e outros serviços.

Na próxima semana haverá uma votação para decidir quem vai assumir o cargo de presidente da entidade pelos próximos três anos.

Quem exerce essa função atualmente é a arquiteta Silvia Rocha. Ela avisa que não vai concorrer e que voltará para o cargo de vice-diretora social.

Silvia lembra que a adoção é outra forma de ajudar a Suipa. Dois sábados por mês, a entidade organiza a campanha “Adote um focinho carente”, na Glória, na Zona Sul. O próximo encontro será no dia 15.

— Precisamos que as pessoas se conscientizem da responsabilidade da adoção e de como isso pode reduzir o número de abandonos de animais. Tem gente que vem e amarra o bicho aqui na nossa porta — comenta Silvia, que espera por dias melhores.


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