segunda-feira, 4 de setembro de 2017

NOSSOS HERÓIS

Empreendedora com Down monta cafeteria e emprega seus amigos

Jéssica Pereira sempre gostou de cozinhar. Juntando cursos na área, sua poupança e o apoio da família, a empreendedora abriu um café inclusivo.

Mais do que apenas oferecer um bom café ou um bom nhoque de mandioquinha, o Bellatucci estampa nas paredes o ensinamento que motivou sua criação: nada pode parar nossos sonhos.

“Eu sempre gostei de cozinhar, desde criança. Comecei ajudando a minha mãe, colocando a mesa, fazendo saladas e sucos, essas coisas”, conta Jéssica.

Porém, a vida continuou e o primeiro emprego foi em uma farmácia. “Não gostei porque eu ficava muito parada. Diziam: ‘ah, arruma a prateleira’. Eu arrumava e ficava em pé só. Ficava cansada”, explica.

Com a decepção no emprego, a futura empreendedora decidiu retomar sua paixão por cozinha há cerca de três anos. Fez alguns cursos no Instituto Chefs Especiais. Teve aulas com chefs como Carlos Bertolazzi, Claude Toisgros e Henrique Fogaça e lá aprendeu a fazer alguns carros-chefes do Bellatucci. “Aprendi a fazer bombom, lasanha e nhoque de mandioquinha”, enumera a empreendedora.

Juntando a habilidade na cozinha com as economias vindas de alguns trabalhos com o próprio instituto e com cachês das peças de teatro no Grupo ADID, Jéssica sentou para conversar e contou à família que queria abrir seu restaurante em janeiro deste ano.

“Coloquei meu dinheiro na poupança e falei que meu sonho era abrir meu próprio restaurante”, conta Jéssica. O
 sonho de Jéssica era que seu empreendimento fosse como uma “casa de boneca”: as paredes cor-de-rosa combinam com as cadeiras azuis, e uma lousa no fundo do restaurante possui mensagens inspiracionais.

Após seis meses de preparação, o café-bistrô abriu as portas, no dia 15 de julho. 
O Bellatucci.

Outros funcionários do Bellatucci são amigos de Jéssica, que também possuem Síndrome de Down: eles são contratados em regime freelancer e se revezam em dias e turnos. 

Além do próprio serviço de cafeteria, o Bellatucci quer trazer outras atividades para o local e transformá-lo em um ponto de encontro: por exemplo, apresentações de dança e teatro e exposições de artesanato e quadros. Especialistas das mais diversas áreas também serão convidados a utilizar o espaço para fazer palestras e orientar parentes de pessoas com Down.

Com poucas semanas de abertura, a casa já está cheia. 
“Acho tudo isso muito bom para mim. Estou ótima, estou muito feliz. Tenho uma família que me ajuda, eles são minha vida, eles fizeram isso por mim.”, completa Jéssica.

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